segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

It's the Climb

Uma vez um professor de biologia disse em sua aula que as células adiposas (nome científico para ~gordura maldita~) não morrem! Isso aconteceu quando eu tinha uns 14 ou 15 anos, usava moletons enormes, tinha sérios problemas com minha autoestima, e só não sofria mais bullying porque não deixava barato - não, não que eu fosse agressiva (não muito), mas a língua era afiada. Além disso foi nessa época também que meus pais se separaram. Então as notas caíram e o ponteiro da balança subiu (e muito!). :(

Saudades da 8.a série S2 (2002)

Sempre fui uma criança, e depois adolescente, muito ativa. Fiz ballet, jazz, vôlei, violão, judô e natação. Amo fazer esportes! Mas o vestibular estava chegando e eu precisava me empenhar. Então continuei comendo ativamente, mas o levantamento de garfo ainda não é uma modalidade olímpica então... =/

Apresentação de jazz (2003)
Aos 16 para 17 já tinha uma personalidade bem forte e simplesmente cagava e andava não dava a mínima para os que me xingavam ou faziam piada do meu corpo. Ia pra balada e bebia dançava loucamente. Até que, ao contrário da campanha da Nokia, encontrei meu amor na balada! ^^ A partir de então os programas de fim de semana eram: pizzaria, lanche, esfiharia, uns bons drinks no barzinho com pestisco MARA, e outras gordices semelhantes (alguém se identifica?). Coloquei na conta uns bons 30 kg!

Balada de casal = comer  (2012)
Enfim, depois de muito efeito sanfona, dietas milagrosas, mandingas, jejuns, choros e ataques noturnos à geladeira cheguei aos 24 anos com inacreditáveis 119 kg! Acho que eu tava sofrendo de algum tipo de anorexia ao contrário. Sabia que eu estava gorda, mas na minha cabeça era tipo "fofinha", "gordinha", etc. O namorado sempre me fala que me ama como sou, mas a gente sabe que é por medo de apanhar porque eles não querem magoar a gente, né? A genética ainda por cima me ajudou (ou não), pois sou uma gorda proporcional, ou seja, tudo em mim é grande. Acontece que esse negócio de "ossos largos" só faz sentido para a nossa mãe... 

Comprar roupas é um problema, correr atrás de andar de ônibus é um problema, ficar pelada na frente do namorado é um problema, usar blusinha sem manga é um problema, em resumo viver normalmente é um problema! Até aí a gente vai tapando o sol com a peneira, porque se enganar é tão mais fácil né? (NOT). Mas no final de 2011 caí de uma escada e tive uma pequena fratura no joelho esquerdo, o que dificultou um pouco mais a minha locomoção. Comecei a pensar em como tinha chegado àquela situação, mas ainda não era o suficiente para criar vergonha na cara e começar a milésima dieta. 

Uma alegria: andar no carrinho do shopping! ^_^


Em dezembro de 2012 visitei um ótimo endocrinologista que abriu meus olhos! Me passou uma dieta muito rigorosa, e a minha primeira resposta foi: "doutor não vou conseguir sobreviver com tão pouca comida. Além disso entre essa e a próxima consulta tem o natal, o ano novo e o meu anivesário!". A resposta ~hadouken~ do médico: "motivos para se empanturrar você vai ter o ano todo. Aniversários, datas comemorativas, churrascos com os amigos. A sua saúde ficará aguardando você se importar com ela até quando?". FALECI -_-'! Ele estava coberto de razão! Mas esse ainda não tinha sido o INSIGHT (todo ex-gordo tem um momento insight que o motiva a emagrecer)...

Encontrar vestido de festa é um momento dramático! Quem é formanda sabe do que estou falando... (formatura/2012)
Comecei minha reeducação alimentar no dia 10 de dezembro de 2012. Estava animada, super disciplinada, repetindo as palavras do endócrino como um mantra. Até que o natal chegou e eu sabia que iria abraçar o mundo com as pernas acabar exagerando... Ainda mais na casa da avó do namorado, com tantas delícias! Cheguei na casa da sogra e todos insistiram para eu ficar só até o dia seguinte. E até amanhã. E só até amanhã. Resultado: fiquei quatro dias na casa dos pais do namorado com apenas uma roupa! Para as pessoas magras isso pode não parecer um drama, pois sempre tem uma cunhada/amiga/prima que pode te emprestar alguma roupa, mas quando só você usa uma numeração gigaaaaaante é um problema. 

E foi no momento em que todas as lojas de calcinhas estavam fechadas por causa do feriado é que tive o meu choque de realidade: a calcinha de grávida da sogra não coube em mim! #xatiada :'( 
 Mas o fundo do poço não foi esse...o fundo do poço foi ter que usar UMA CUECA DO MEU SOGROOOO! Era a única underwear que servia em mim Brazeel! Fiquei péssima, foi o fim (ou o começo, né?).

Sogrão! (brinks hahaha >.<)


Então, cada vez que estou cansada, quero dar uma escapadinha ou não ir fazer exercício lembro do cuecão do meu sogro e fico motivada outra vez! =B rsrsrs

Agora comecei esse blog para compartilhar com outras pessoas que a minha barriga não terá uma gordura eterna como é a neve do Everest, e nem ter apenas a visão de um cuecão como motivação. Quem tá comigo?!